sábado, 4 de janeiro de 2014



Escritora: Joselma Gomes da Silva - Mestranda em Desenvolvimento  / Neuropsicopedagoga / Psicopedagoga Clínica / Especialista em Atendimento Educacional Especializado / Mediadora do Programa PEI / Facilitadora do FRIENDS.
CON-TATO  (99) 9934-5124

AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO JUNTO A PACIENTES ACOMETIDOS PELO O ESPECTRO AUTÍSTICO: uma visão Neuropsicopedagógica

Mais importante do que tratar teoricamente do espectro autístico ou do Transtorno Global do Desenvolvimento, é ressaltar sobre a importância de uma intervenção dentro do tempo e de condições compatíveis para o desenvolvimento integral desse indivíduo acometido, com perspectiva para uma vida com autonomia e independência.
Uma equipe multidisciplinar nesse processo é muito importante, haja vista que o espectro autístico encontra-se inserido dentro do Transtorno Global do Desenvolvimento, que pelo próprio nome, já remente a uma compreensão de invasão a outras áreas do desenvolvimento que podem sofrer sérios prejuízos caso sejam deixadas de lado.
O Neuropediatra - necessita fechar o diagnóstico com o laudo de todos os demais profissionais, bem como medicar se for o caso, não para o espectro autístico, mas para possíveis comorbidades que se instalam;
O Fonoaudiólogo - Importante para avaliar e intervir nos prejuízos linguísticos existentes, haja vista que esse comprometimento (o da linguagem ou a total ausência dela) traduz-se como um dos sintomas existentes no espectro autístico e que necessita ser trabalhado;
O Psicólogo - Importante para avaliar e intervir junto às instabilidades (desequilíbrio) emocionais apresentadas por esses sujeitos acometidos, com frequentes quadros de ansiedade de alta escala, desorganização emocional, crises, bem como, forma de prevenção de um quadro de psicose que poderá ocorrer, caso não ocorra a profilaxia das emoções por assim dizer;
O Neuropsicopedagogo - Importante para avaliar e intervir no contexto das aprendizagens de ordem sistemáticas (aprendizagens escolares) e assistemáticas (aprendizagens sociais), bem como a organização lógica dessas aprendizagens no contexto real, orientação a pais e professores dos procedimentos que devem ser aplicados, para que as mesmas sejam evidenciadas, com uso de técnicas e métodos que melhor se adequem as necessidades do sujeito;
Terapeuta Ocupacional - Importante para avaliar e intervir no campo motor e sensorial, haja vista que há no espectro autístico uma desordem que necessita ser organizada para uma melhor convivência e experiencia social;
Diante do quadro apresentado vale lembrar alguns cuidados que necessitam serem tomados para que haja maiores ganhos interventivos ao longo do processo;

Dentre os terapeutas acima citados o Neuropsicopedagogo traz a sua importância singular, haja vista que, um dos espaços onde o processo interventivo é evidenciado é na escola. É a escola também o espaço de maiores exigências instaladas socialmente, principalmente no que se refere a adaptações a serem feitas para uma melhor acessibilidade desse paciente e uma neuropráxis pedagógica em sala. 
Neuropráxis compreende como uma práxis orientada pelo Neuropsicopedagogo, que tem a responsabilidade de traçar o PDI (Plano de Desenvolvimento Interventivo), tanto para o consultório, quanto para a instituição educacional, com as referidas orientações, contemplando adaptações curriculares, materiais e ações singulares, considerando a variedade tipológica comportamental apresentada, visando a evolução cognitiva e social desse aprendente, configurando-se como um instrumento de extrema eficácia, que muito contribuirá para o desenvolvimento desse sujeito. 

É IMPORTANTE LEMBRAR QUE:

1. AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO - QUANTO MAIS PRECOCE, MAIS GANHOS NO DESENVOLVIMENTO
 Sabe-se que sujeitos acometidos pelo espectro autístico apresentam uma discrepância entre cognitivo e comportamental. No entanto entende-se por aprendizagem o movimento equilibrado entre as dimensões: social, emocional, cognitiva e motora. Nenhuma pode sobressair a outra. Caso esse processo ocorra, visualizar-se-a deficiências nesse processo;
2. O ESPECTRO AUTÍSTICO É 4 VEZES MAIS FREQUENTE EM MENINOS DO QUE NAS MENINAS - no entanto quando ocorre nas meninas, os prejuízos são muito mais complexos, necessitando de intervenções precoces sem interrupções;
3. SEMPRE VEM AFETANDO A LINGUAGEM - Isso implica em problemas de ordem léxica e gráfica o que exigem a intervenção do Neuropsicopedagogo;
4. TRAZ SEMPRE  DIFICULDADE EM MODULAR INFORMAÇÕES SENSORIAIS - isto implica na dificuldade de compreender aspectos de ordem emocional, bem como os diferentes tipos emocionais evidenciados através da linguagem corporal;
5. INABILIDADE INATA DE SE RELACIONAR EMOCIONALMENTE COM OUTRAS PESSOAS - Por apresentar dificuldades significativas de lidar com a subjetividade, tanto dele quanto do outro, e por em evidencia um literalidade do que se fala e do que se faz;
6. FALHA NA CAPACIDADE DE ABSTRAÇÃO - Isso implica em problemas de ordem cognitiva formal, haja vista que, todo o sistema de leitura e escrita necessita ser abstraído por serem apenas signos mentais representados e que necessitam serem armazenados nas estruturas cerebrais;
7. NÃO EXISTE NENHUM EXAME QUE COMPROVE O ESPECTRO AUTÍSTICO - O diagnóstico clinico é realizado apenas  pela equipe multidisciplinar, juntamente com exames laboratoriais com o intuito de eliminar hipóteses de ordem física.

O MAIS IMPORTANTE NO ESPECTRO AUTÍSTICO É VISUALIZAR OS PONTOS DE ESTRANGULAMENTO QUE IMPEDEM O DESENVOLVIMENTO HARMONIOSO DO INDIVÍDUO E CENTRAR AS INTERVENÇÕES NESSES PONTOS, COM O OBJETIVO DE APROXIMAR AO MÁXIMO AQUILO QUE JÁ SE POSSUI COM AQUILO QUE SE ESPERA, PARA A IDADE CRONOLÓGICA DO APRENDENTE ATENDIDO.

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