sábado, 6 de novembro de 2010


Citação

Escuta Psicopedagógica

MariaAngélica/Bilá

escutar
o que está
por trás da palavra
enxergar
o que está
por detrás da imagem
Escuta Psicanalítica

escutar o que está
por trás da palavra
escrita, dita
registrada,
enxergar o que está
por detrás da imagem
desenhada, dramatizada
de quem sabe,
de quem ensina,
de quem aprende,
como ensina.

Escuta Psicopedagógica,
pretexto para
deixar o pensamento pensar.
PARABÉNS PSICOPEDAGOGO,
PELA SUA MANEIRA DE DESENVOLVER UM OLHAR;
PELA CAPACIDADE DE DESENVOLVER UMA ESCUTA;
PELA INTENSA BUSCA DE ALTERNATIVAS SINGULARES, OBJETIVANDO A EMANCIPAÇÃO DO OUTRO, FAZENDO ESSE SUJEITO SE TORNAR ÚNICO, CONSTRUINDO ASSIM SUA AUTORIA DE PENSAMENTO;
VOCÊ É ESPECIAL!!!
PRINCIPALMENTE PELA AFETIVIDADE E CALMA QUE PERMEIA TODAS AS SUAS AÇÕES DANDO A CADA UM O TEMPO QUE MERECE.



12 DE NOVEMBRO - DIA DO PSICOPEDAGOGO
Postado a todos os Psicopedagogos por Joselma Gomes (Psicopedagoga Clínica e Institucional)

sábado, 30 de outubro de 2010

ATENÇÃO PSICOPEDAGOGOS DE PLANTÃO, PAIS E PROFESSORES PARA O ARTIGO ABAIXO

DISTÚRBIO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL - PAC
Processamento Auditivo Central (PAC) compreende um conjunto de habilidades auditivas realizadas pelo sistema nervoso central que são necessárias para a interpretação das informações auditivas. É ouvir e entender o que ouviu. Podemos destacar as habilidades: detecção, localização e lateralização da fonte sonora, reconhecimento, discriminação, atenção seletiva e sustentada, memória de curta duração e aspectos temporais da audição. ASHA (1996).

O que é DPAC?
O Distúrbio do Processamento Auditivo Central refere-se a alterações em uma ou mais destas habilidades auditivas, levando à dificuldades de linguagem e aprendizagem. A pessoa pode ter audição periférica normal e apresentar dificuldade de compreender o que é falado.

Causas do DPAC
As causas do DPAC podem ser as mais variadas possíveis, porém, podemos destacar:
Otites freqüentes na primeira infância (a privação sensorial provocada por otites de repetição pode causar dificuldade para reconhecer padrões sonoros e na formação dos engramas dos sons da fala).
Alterações de ouvido médio e interno;
Pouca estimulação auditiva;
Disfunções subclínicas das vias auditivas causadas por: hiperbilirrubinemia, anóxia neonatal, sífilis, malformações congênitas, entre outros;
Hereditariedade;
Síndromes neurológicas; doenças neurológicas e degenerativas; epilepsia, entre outros.

Sinais e Sintomas
Indivíduos com DPAC podem apresentar alguns destes sintomas, e não necessariamente todos os listados abaixo:
Solicitam freqüentemente a repetição da mensagem falada dizendo: hã?, o que?, oi?; São distraídos e desorganizados;
Têm comportamento agitado ou quieto demais;
Têm dificuldade em seguir direções e instruções orais;
Apresentam vocabulário restrito;
Têm dificuldade em compreender a mensagem falada em presença de ruído competitivo;
Têm dificuldade de memória e, tempo de atenção curto;
Têm dificuldade em entender piadas e mensagens de duplo sentido; confundem o que ouvem;
Apresentam dificuldades de linguagem, fala, leitura e/ou escrita.

Avaliação do Processamento Auditivo Central
Para se determinar se há ou não DPAC, é necessário se submeter a uma série de procedimentos comportamentais de avaliação audiológica, a fim de detectar qual o impacto destas alterações na comunicação.
Além disso, a avaliação do PAC pode ajudar a traçar o plano terapêutico para o indivíduo afetado, direcionando a reabilitação fonoaudiológica.
Um pré-requisito para a avaliação do PAC é a audiometria e a impedanciometria. Pode-se complementar, quando necessário, com procedimentos eletrofisiológicos. A partir dos 5 anos de idade já é possível realizar a avaliação do PAC, porém, não se pode dar diagnóstico de PAC antes dos 7 anos, devido à imaturidade neurológica de algumas vias auditivas centrais antes desta idade.
Importante: DPA não é surdez! A criança pode ter audição normal e ter dificuldade na compreensão do que lhe é dito.

Reabilitação do Processamento Auditivo Central
O trabalho multidisciplinar é fundamental neste processo, envolvendo a escola, fonoaudiólogos, neuropediatras, psicólogos, psicopedagogos e demais profissionais que lidam com a criança.

Postado pela psicopedagoga Joselma Gomes para todos 



quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A IMPORTÂNCIA DO JOGO NA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA


Alícia Fernández lembra que "aprender é quase tão lindo como brincar" e que aprender e brincar ocupam o mesmo espaço transicional no qual razão e emoção, objetividade e subjetividade se encontram. Para jogar o homem precisa exercitar uma lógica e uma ética, pois não basta apenas jogar bem para ganhar, mas é preciso ganhar com dignidade. Por isso, o jogo é um material por excelência da intervenção psicopedagógica, na medida em que possibilita o exercício destas lógicas racionais e afetivas necessárias para a ressignificação dos aspectos patológicos relacionados com a aprendizagem humana.
Existe no jogo, contudo, algo mais importante do que a simples diversão e interação. Ele revela uma lógica diferente da racional. O jogo revela uma lógica da subjetividade, tão necessária para a estruturação da personalidade humana, quanto à lógica formal das estruturas cognitivas.
O jogo carrega em si um significado muito abrangente. Ele tem uma carga psicológica, porque é revelador da personalidade do jogador (a pessoa vai se conhecendo enquanto joga). Ele tem também uma carga antropológica porque faz parte da criação cultural de um povo (resgate e identificação com a cultura); é construtivo porque ele pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É uma ação carregada de simbolismo, que dá sentido à própria ação, reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações.
O psicopedagogo utiliza o jogo diferentemente dos demais profissionais, porque o vê como uma técnica que permite a articulação de aspectos objetivos e subjetivos, necessários para que a aprendizagem aconteça sem problemas. Na intervenção psicopedagógica o jogo pode ser utilizado em suas três formas, de acordo com a teoria de Piaget:
  • JOGOS DE EXERCÍCIO: 0 A 2 anos - período sensório-motor;
  • JOGOS SIMBÓLICOS: 2 A 7 anos - período pré-operatório;
  • JOGOS DE REGRAS: a partir do período operatório concreto;
Estas delimitações etárias estão, logicamente, sujeitas à alterações em função das diferenças individuais.
Jogos de Exercício
A principal característica da ação exercida pela criança no período sensório motor é a satisfação de suas necessidades. Pouco a pouco, porém, ela vai ampliando seus esquemas, adquirindo cada vez mais a possibilidade de garantir prazer por intermédio de suas ações. Passa a agir para conseguir prazer. O prazer é que traz significado para a ação. Piaget observou as condutas das crianças pequenas e delas depreendeu que havia um objetivo na repetição incessante das mesmas ações: divertir e servir como instrumento de realização de um prazer em fazer funcionar, exercitar estruturas já aprendidas. Este tipo de brincadeira dá à criança um sentimento de eficácia e poder.
O jogo de exercício é definido por ele com característico desta fase sensório-motora. Entretanto, o ser humano não deixa de jogá-lo só porque cresce e se torna adulto. A cada nova aprendizagem ele volta a utilizar jogos de exercícios, necessários à formação de esquemas de ação úteis ao seu desempenho, pois o jogo de exercício não objetiva a aprendizagem em si, mas a formação de esquemas de ação, de condutas, de automatismo. Por isso, jogá-lo só é necessário para este fim, pois fica cansativa e enfadonha a repetição de ações já interiorizadas.
Jogos Simbólicos
Este tipo de jogo predomina dos 2 aos 7 anos de idade, ou seja, no período pré-operatório de pensamento.
No jogo simbólico a criança já é capaz de encontrar o mesmo prazer que tinha anteriormente lidando agora com símbolos. É a época do "faz de conta", da representação, do teatro, das histórias, nas quais uma coisa simboliza outra: um pedaço de pau "vira" cavalo; vestir uma capa transforma em super-homem; representar o papel de mãe ao brincar de bonecas, dentre outros exemplos.
Os jogos simbólicos têm as seguintes características:
  • Liberdade total de regras (a não ser aquelas criadas pela própria criança);
  • Desenvolvimento da imaginação e da fantasia;
  • Ausência de objetivo ( brincar pelo prazer de brincar);
  • Ausência de uma lógica da realidade;
  • Assimilação da realidade ao "eu" (a criança adapta a realidade a seus desejos. EX: se presencia uma briga entre os pais, vai brincar de casinha e resolve o conflito por meio dos bonecos.
A criança é capaz deste jogo porque já estruturou sua função simbólica, ou seja, já produz imagens mentais, já domina a linguagem falada, que lhe possibilita usar símbolos para substituir os objetos. Quando joga jogos simbólicos ela tem a possibilidade de vivenciar aspectos da realidade muitas vezes difíceis de elaborar : a vinda de um irmãozinho, a perda de um genitor, a mudança da escola...Pode lidar com as situações desejantes ( ser um super-homem), penosas ( separação dos pais ), com situações do passado, enfrentar problemas do presente e antecipar conseqüências de ações no futuro.
Ela pode fazer tudo isso, sem riscos, porque nada é real, tudo é fictício. O adulto que observa e interage com a criança no jogo simbólico pode perceber como ela está elaborando sua visão de mundo, como lida com seus problemas, quais são seus sonhos ou suas preocupações. Por isso, o jogo simbólico é tão importante na intervenção psicopedagógica dirigida para as dificuldades de aprendizagem.
Como o período pré-operatório se estende dos 2 aos 7 anos, tendo portanto, uma duração mais longa, verificamos que o jogo simbólico sofre modificações á proporção que a criança vai progredindo em seu desenvolvimento, rumo à intuição e à operação.

Jogo de regras
Os jogos de regras são o coroamento da experimentação da criança com as transformações a que ela chegou quando atingiu a reversibilidade de pensamento operatório concreto. Neles existe o prazer do exercício, o lúdico do simbolismo, a alegria do domínio de categorias espaciais e temporais, os limites que as regras determinam a socialização de condutas que caracteriza a vida adulta.
Os jogos de regras são segundo Piaget, "a atividade lúdica do ser socializado".
Um jogo de regras pressupõe uma situação problema, uma competição por sua resolução e uma premiação advinda desta resolução. As regras orientam as ações dos competidores, estabelecem seus limites de ação, dispõem sobre as penalidades e recompensas. Elas são as "leis" do jogo .
Ao jogar jogos de regras as crianças assimilam a necessidade de cumprimento das leis da sociedade e das leis morais da vida.
Para ser enquadrado como um jogo de regras são necessárias as seguintes características:
  • Que haja um objetivo claro a ser alcançado;
  • Que existam regras dispondo sobre este objetivo;
  • Que existam intenções opostas dos competidores;
  • Que haja a possibilidade de cada competidor levantar estratégias de ação;
Os jogos de regras são necessários para que as convenções sociais e os valores morais de uma cultura sejam transmitidos a seus membros.
As estratégias de ação, a tomada de decisão, a análise dos erros, lidar com perdas e ganhos, replanejar as jogadas em função dos movimentos do adversário, tudo isso é fundamental para o desenvolvimento do raciocínio, das estruturas cognitivas dos sujeitos. O jogo provoca um conflito interno, a necessidade de buscar uma saída, e desse conflito o pensamento sai enriquecido, reestruturado e apto a lidar com novas transformações.
 Recorte de texto de Júlia Eugênia