sábado, 4 de janeiro de 2014




Escritora: Joselma Gomes da Silva - Mestranda em Desenvolvimento / Neuropsicopedagoga / Psicopedagoga Clinica / Especialista em Atendimento Educacional Especializado / Mediadora do Programa PEI (Cognitivo)/ Facilitadora do Método FRIENDS (Comportamental). Mediadora do Método PANLEXIA (TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DA lINGUAGEM)
CON-TATO: 9934-5123.

 ENTENDENDO MAIS UM POUQUINHO SOBRE O TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO (TGD) E O ESPECTRO AUTÍSTICO

Vamos falar um pouco sobre o TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento)?


Na última década muito se tem falado, pesquisado e publicado sobre o espectro do Autismo, assim como todo o seu conjunto de características. No entanto, apesar do grande número de publicações disponíveis, ainda encontramos conceitos generalizados por muitos profissionais em todas as áreas envolvidas com esse público, inclusive a escola nas mais diferentes modalidades. Quando se fala em espectro autístico automaticamente já se remete ao pensamento de um sujeito com movimentos estereotipados, isolado dos demais pares, que não tem medo do perigo, que usa o outro como ferramenta, finge-se de surdo e vários outros sintomas característicos do autismo clássico. Porém, vale ressaltar que o Transtorno Global do Desenvolvimento apresenta-se com níveis diferentes o que permite diferenciar  modelos interventivos a serem aplicados nesses indivíduos.
O objetivo da presente postagem é tentar clarificar principalmente para o contexto educacional algumas dúvidas quando se fala de aprendentes com características autísticas.

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Para dar inicio a esse colóquio, é importante entender o conceito de Transtorno Global do Desenvolvimento. Segundo Miranda; Muszkat; Mello (2013, p. 105) " refere-se as condições cujas caracterização envolve prejuízos graves e persistentes nas habilidades de interação social recíproca, comunicação verbal e não verbal e no repertório de interesses e atividades". Dentro dentro conceito habitam as características autísticas evidenciadas por sujeitos acometidos por esse transtorno.
Nesse sentido é possível incluir os diferentes níveis do espectro autístico que se diferenciam pela profundidade de comprometimentos apresentados.O Autismo, caracteriza-se como uma síndrome por trazer um conjunto de características evidentes, biológicas e de base que impedem o sujeito acometido de evoluir cognitivo e socialmente, por trazer sérios comprometimentos em áreas importantes para o desenvolvimento. 
No entanto esse conceito é dado pelos estudiosos (Nelsson, 2012 ) apenas para o último nível da escala do espectro autístico por ser o mais complexo, porém existem níveis mais leves que também são consideradas como características autísticas que precisam ser trabalhadas sem a visão da síndrome do Autismo puro.
Inclusão implica em trabalhar com as potencialidades dos sujeitos com necessidades educacionais especiais.  No casos de aprendentes com o espectro autístico, é importante priorizar suas "ilhas de habilidades" tanto no contexto educacional, junto aos especialistas quanto no contexto familiar, como forma de convergir  essa três dimensões, para que, dessa maneira, possa minimizar os estigmas  que ainda resistem  na escola e em algumas famílias que ainda não aprenderam a lidar com essas diferenças.
Níveis do espectro segundo Nelsson (2012)
  1. Nível de sintoma comportamental; (Asperger)
  2. Nível cognitivo e psicológico; (Asperger)
  3. Nível biológico e de base (Autismo)
O que ocorre até os dias atuais é a generalização do termo e dos níveis acima citados, sem a devida compreensão  de em que cada nível existem ilhas de habilidades e necessidades específicas, sendo esse o viés mais eficaz de se trabalhar a inclusão de aprendentes com o espectro autístico.
Nesse sentido, fica muito difícil a escola alcançar progressos, uma vez que, trata a todos com as mesmas ferramentas, esquecendo-se que a inclusão não é uma práxis democrática e sim diferenciada, principalmente para aprendentes com TGD, por não compreender que sua força motriz são suas singularidades haja vista a variedade tipológica comportamental apresentada.
Frente a tudo isso entra a contribuição dos saberes neurocientíficos no contexto da sala de aula  como mais uma ferramenta que chega para clarificar os caminhos que poderão ser percorridos para que se possa potencializar de maneira estruturada a aprendizagem desses sujeitos, que aprendem de maneira diferenciada, mas não menos importante.

REFERENCIAS

CUNHA, Eugenio. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar. Rio de Janeiro: Wak editora, 2013.

MIRANDA, M. C.; MUSZKAT, M.; MELLO, C. B. Neuropsicologia do desenvolvimento: transtorno do neurodesenvolvimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2013.

NELSSON, I. Introdução à educação especial para pessoas com o Transtorno do Espectro Autístico e dificuldades semelhantes de aprendizagem. Disponível em: http://atividadesparaeducacaoespecial.com/autismo/autismo-terapia-de-integracao-sensorial/ Acesso 04/01/2014.







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