sábado, 26 de fevereiro de 2011

A INVENÇÃO DO PROFESSOR





O Brasil descobriu, finalmente, o problema da educação. O que, ate dois anos atrás, era uma "nota só" de um político está aos poucos se transformando na nota principal de todos. É uma boa notícia, e um enorme desafio: como sair do vício do abandono ou mesmo da aversão para dar prioridade à educação, quando o próprio conceito de educação está em mutação. Com os novos avanços, tanto científicos sobre o cérebro como tecnológicos sobre a teleinformática, os velhos sistemas de pedagogia entraram em crise. Antes que cirurgias neuroinformacionais sejam capazes de implantar chips de conhecimento no cérebro, será preciso mudar a escola e o principal desafio é inventar o professor das primeiras décadas do século XXI.

Até aqui, qualquer que fosse o método, o professor com um pedaço de giz era o instrumento de transmissão de conhecimento. Com ou sem a participação construtiva do aluno, o conhecimento era transportado na cabeça do professor e armazenado estaticamente nas prateleiras das bibliotecas. Daqui para frente, isso não é mais verdade: um oceano de conhecimento está no ar. O professor continua presente, mas não necessariamente ao vivo; esta por trás de todo o processo e todo equipamento utilizado.

Para esse mundo novo, o professor terá que ser inventado, como o auxiliar da antena, orientador  educacional, tutor do aluno-surfista no oceano do conhecimento. Seu papel será produzir saber e orientar o aluno para evitar que se perca no excesso de informações, fazê-lo ser capaz de adquirir sólida formação. Ajudar os alunos a conhecer, entender, deslumbrar-se, indignar-se e querer transformar o mundo ao redor, convivendo com ele e suas pessoas, com fortes conceitos e nenhum preconceito.

Isso vai exigir a invenção do professor, assim chamada enquanto outra palavra não surgir. Países como a Finlândia, Coréia e aqueles que já chegaram educados ao final do século XX devem conseguir essa evolução. O Brasil e outros países que abandonaram a educação aos níveis do final do século XIX vão ter de fazer uma revolução, ou ficarão definitivamente para trás, com apenas a minoria rica indo estudar em cidades estrangeiras, em outros países ou em condomínios super fechados, dentro do território geográfico dos pais, mas em outro mundo cultural.

A saída está em começar imediatamente a construção de novos professores, com uma Carreira Nacional do Magistério que ofereça excelentes salários aos jovens que passarem em duros concursos, sabendo usar todos os equipamentos modernos, para ensinar em escolas bem construídas, bem equipadas, onde trabalharão em dedicação exclusiva, com tempo para estudos e reciclagem, sem necessidade de greves, sem o velho costume da falsa-aula, e com total liberdade pedagógica e metas a cumprir. Contratando 100 mil desses novos professores, poderemos incorporar 3 milhões de novos alunos por ano. Enquanto isso, os demais alunos e professores devem continuar recebendo as melhorias do Piso Salarial, Fundef, Fundeb, PDE, Ideb, aumentos de salários que melhoram o ensino do século XIX, mas não revolucionam, não elevam o potencial as necessidades do século XXI.

Temos duas alternativas: seguir nos enganando com os jeitinhos de minúsculos avanços, ou inventarmos o novo professor, para uma nova escola. O problema e que antes de inventar o novo professor, precisamos inventar uma nova política e essa se choca com o político como ele e hoje.


Por isso, antes de inventar o novo professor, precisamos inventar outro tipo de político.                                        (Cristovam Buarque)
CUIDE DE SI MESMO



Quantos anos você acha que vai viver?  Todos os estudos indicam que vamos viver bem mais do que isso, chegando facilmente aos 80, talvez até 90 ou 100 com sorte.

Mas quem se cuida para viver até l00? Felizmente a maioria dos professores que conheço eliminou o cigarro do seu dia-a-dia, e cada vez menos mãos se levantam na platéia quando pergunto quem fuma. Entretanto, se perguntarmos quantas pessoas têm gastrite, ou insônia, ou falta de energia, veremos que muitas mãos se levantam. Isso porque não podemos falar publicamente de outros males, como depressão, problemas conjugais, alcoolismo, etc.

Somos um grupo de profissionais que vive estressado. É o mal do século, como a tuberculose foi para os escritores do século 18. Pressionados por resultados, maltratamos nosso bem mais valioso, que é o nosso corpo. Algumas pessoas até dizem que o bem mais precioso é o tempo, mas de que adianta termos todo o tempo do mundo se não temos saúde?

Revisões periódicas

Você se lembra de uma propaganda de bebida que dizia “Eu sou você amanhã?” Será que você está sendo justo com seu próprio futuro? Será que você não está preparando o caminho para seu próprio enfarte, ou depressão, ou úlcera? Alimentação inadequada, falta de exercícios regulares, não saber relaxar, falta de um sistema de higienização mental (como a meditação ou a oração) são casos típicos entre profissionais da educação. Por isso temos um desgaste tremendo na equipe, e isso acaba sempre influenciando negativamente os resultados. Tem gente que cuida do carro melhor do que cuida do corpo ou da mente. Fazem revisões regulares, só colocam gasolina de primeira, calibram pneus, etc., porque sabem que não podem ficar sem carro. Porém, se ficar sem carro ? um problemão, imagine ficar sem corpo!

São coisas desagradáveis, mas reais. Acontecem o tempo inteiro, fazem parte do nosso cotidiano, com certeza conhecemos alguém que está passando por isso, mas fazemos de conta que não é com a gente. Quando chegar a nossa vez, tiraremos um coelho da cartola, ou um raio de luz mágico vai nos salvar. Será?

Bobagens urgentes

Aliás, esse é justamente o tema deste artigo: o imediatismo. É o que chamo da tirania do curto prazo. Por causa de bobagens urgentes, não temos tempo de cuidar do que importa realmente. E acabamos sempre pagando o preço por causa disso. Perdemos clientes, perdemos amigos, perdemos casamentos, perdemos dinheiro, perdemos saúde... tudo porque não deu tempo.

Sempre que um problema aparecer na sua frente, pense o seguinte: vou me lembrar disto daqui a 10 anos? Se a resposta for positiva, preste muita atenção, porque é importante. Se for “não”, e pode ter certeza que será, na imensa maioria das vezes, então relaxe.

A melhor forma de atingir seus objetivos na vida é saber quais são esses objetivos. Depois, fazer planos para alcançá-los, e por terceiro, dedicar-se com persistência a esses planos.

Ideal de vida

Coloque no papel o que é realmente importante para você, e veja se tudo o que você tem feito hoje em dia está de acordo com esse ideal de vida. Se não estiver, sua vida estará em desequilíbrio e com certeza em algum momento você vai pagar um preço caro. Se estiver, maravilha ? aproveite para se preparar para o futuro.

E, independentemente do que quiser da vida, cuide bem de si mesmo, e nunca esqueça que você é seu bem mais valioso. (
Raul Candeloro)

EDUCAÇÃO NÃO É SACERDÓCIO!


Ao analisarmos a origem da palavra sacerdócio, perceberemos que sacer é oriundo do latim e significa “sagrado” e dos, dotis, tem o significado de “dom” e ser educador não é cumprir um sacerdócio, trabalho esse realizado por padres e religiosos que são sustentados pelas igrejas e/ou outras entidades que representam a religião em si.
Ser professor é uma profissão que merece um estudo sério, uma formação, visto que ela é a base da construção de um país e de verdadeiros profissionais cujo sucesso teve como premissa o desempenho de um docente.
O professor é um profissional que se dedica tanto ou muito mais que outros profissionais de status elevado (engenheiro, arquiteto, médicos, advogados, etc), mas, equivocadamente, pode simplesmente ser substituído por qualquer pessoa, como os “amigos da escola”, voluntários, além de profissionais que se adentram na seara de ensinar, o que desvaloriza a profissão, mostrando para alguns néscios que, para ser professor, basta querer ensinar.
O sacerdócio para as religiões é uma função sagrada, é como se a pessoa fosse escolhida por Deus para dar continuidade a sua obra e que, na maioria das vezes, não precisaria de uma remuneração, visto que para muitos o dom que recebemos de Deus, deveremos doá-los ao nosso próximo sem nada cobrar, e o professor, como qualquer outro profissional, precisa cobrar por seu trabalho e por sua cumplicidade com o desenvolvimento do cidadão e crescimento da nação, visto que ele é um ser humano como outro qualquer e precisa do dinheiro para seu sustento.
Obviamente, assim como existem bons médicos, engenheiros, advogados, arquitetos, existem os não tão bons assim, pessoas que ficam entre medíocres e sofríveis. Isso ocorre em qualquer profissão, o que não difere do educador, o que felizmente não representa a maioria. Com o equívoco de pessoas oportunistas que enriquecem com a ignorância de seu povo e o conformismo de nossa classe, estes oportunistas oferecem um valor ínfimo pelo trabalho docente, sendo que este trabalho exigiu, em algumas vezes, um mínimo de 4 anos para sua formação e outros anos para especializações, sem contar com as inumeráveis horas de dedicação fora das escolas, que quase nunca é valorizado.
Podemos perceber que poucos profissionais trabalham em casa fora do horário de expediente, nos feriados, finais de semanas e, quando o fazem, são raros os momentos, o que não se encaixa ao educador que, para dar conta e poder executar um bom trabalho, não se limita às horas em que está em seu local de trabalho.
É lamentável que pessoas vendam essa ideia de professor ser sacerdócio e outras tão instruídas a comprem e repassem para os demais, fazendo, assim, um ciclo vicioso de uma inverdade que se prolifera como um vírus paralisando a motivação desses verdadeiros profissionais e enriquecendo essa elite mercenária da educação.
O professor tem a função de educar, palavra esta que apresenta vários significados, sendo um deles o de salvaguardar e explorar (fazer frutificar) o potencial de cada indivíduo. O ato de educar deve ter como base algumas aprendizagens fundamentais que, ao longo da vida, serão de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento, fazendo com que o mesmo busque, cada vez mais, sua emancipação e humanize-se continuamente em sua vida, além de se fazer protagonista de seu contexto, sendo a diferença para sua nação.
Logo, cabe-nos interrogar o seguinte: Que profissional contribui mais para o crescimento autosustentável de uma nação, para sua valorização como ser, para uma melhor qualidade de vida, para uma criticidade a ponto deste saber o que é ou não melhor para si mesmo? Claro que algumas profissões podem até contribuir, mas essas que podem vir a contribuir passaram por mãos hábeis de verdadeiros educadores, profissionais da educação que não vêem sua profissão como um sacerdócio.

Texto do professor Wolmer Ricardo Tavares

Déficit de atenção não é um bicho de sete cabeças

Conheça alguns sinais do problema e saiba como proceder sem deixar que ele atrapalhe o desenvolvimento da turma

Por Luciano Vanderley


Agitação durante a aula, falta de atenção, problemas com o colega, desorganização com o material escolar, tarefas inacabadas. Esses são alguns sinais de que o aluno pode sofrer de TDAH, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, um transtorno neurobiológico de causa genética que pode atrapalhar o desempenho escolar dos alunos.
"Identificar o TDAH não é tão simples como parece: algumas crianças manifestam apenas as características de distração, esquecimento e lentidão, sem demonstrar hiperatividade", afirma Cacilda Amorim, psicóloga, psicoterapeuta comportamental e diretora do IPDA, Instituto Paulista de Déficit de Atenção. Ela alerta que essas crianças nem sempre chamam a atenção em sala de aula e às vezes passam despercebidas. "Todas as crianças têm pelo menos algumas dessas características, especialmente as menores. É preciso tomar cuidado para não colocar rótulos quando não se trata de um transtorno", diz.


Conheça alguns sinais do TDAH:
Distração, lentidão, impulsividade, desorganização, esquecimento, hiperatividade, explosões emocionais. Mas atenção: não faça nenhum diagnóstico e nem rotule a criança.

O que ele pode causar?
Uma criança com TDAH tem as mesmas habilidades e competências dos outros alunos. O que o professor deve saber antes de tudo é que não se trata de uma incapacidade de aprendizagem da criança, mas sim de um transtorno de atenção, o que faz com que ela não tenha um comportamento coerente com os outros alunos e tenha dificuldades de acompanhar o conteúdo ministrado em sala.
Na escola, esse déficit de atenção, quando age em conjunto com a hiperatividade em algumas crianças, pode influenciar diretamente a dinâmica das aulas, prejudicando o desempenho de outros alunos. Nesses casos a criança acaba se tornando um ponto permanente de dispersão para a classe, além de aumentar a possibilidade de estabelecer um vínculo negativo com o professor.

Como identificar?
O TDAH pode ser verificado por meio da observação atenta do comportamento e da dinâmica que as aulas adquirem na interação com os alunos.
Crianças muito agitadas, que não concluem as tarefas, frequentemente deixam questões em branco e não estudam com antecedência podem estar sofrendo com o transtorno. Comportamentos muito discrepantes para alunos de uma mesma idade podem significar um déficit de atenção, mas podem também ter outras origens como a dislexia, problemas emocionais ou déficits na alfabetização. É recomendável ter bastante cautela antes de estabelecer mudanças em relação a distúrbios causados pelo transtorno.
O que fazer?Uma vez que haja a suspeita de sintomas do TDAH e que se verifique uma interferência no desempenho escolar causado pelo transtorno, o professor deve em primeiro lugar recorrer ao psicólogo da escola ou coordenador pedagógico. Eles poderão ajudar a decidir a maneira mais adequada de lidar com a turma.
Em conjunto com a coordenação da instituição, o professor pode seguir algumas orientações básicas que servirão para reduzir a influência do TDAH no desempenho do aluno em sala de aula:
★ Localização da carteira na sala: longe da porta e das janelas e mais próximo do professor. Não precisa ser obrigatoriamente na primeira fila.
★ Monitore a realização dos trabalhos, atividades e especialmente agenda: dar tempo extra, copiar a lição na agenda se for o caso e chamar a atenção em caso de distração são algumas medidas.
★ Reduza a quantidade de tarefas, se necessário, para que ela consiga realizar: construa uma história de sucesso.
★ Em provas, confira ao recebê-las: cheque se há questões em branco, mostre o que ela poderia refazer ou tentar melhorar.
★ Valorize os pontos positivos e combine consequências em caso de não cumprimento.
★ Nunca critique a criança, somente o comportamento indesejado.
★ Valorize o esforço, não os resultados.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PARA APRENDER MELHOR, NÃO TROQUE O LÁPIS PELO TECLADO

Processo de aprendizagem
Escrever à mão fortalece o processo de aprendizagem. Quando alguém aprende digitando em um teclado, esse processo pode ser prejudicado.
A conclusão é da Dra. Anne Mangen, da Universidade de Stavanger, na Noruega, que decidiu investigar se algo se perde quando estudantes adultos passam do livro para a tela do computador e da caneta para o teclado.
O processo de ler e escrever envolve uma série de sentidos, explica a pesquisadora, que teve a colaboração do neurofisiologista Jean-Luc Velay, da Universidade de Marselha.
Os resultados foram publicados em um artigo no periódico científico Advances in Haptics.
Importância de escrever à mão
Ao escrever à mão, o nosso cérebro recebe feedback de nossas ações motoras, juntamente com a sensação de tocar no lápis e no papel. Essas retroalimentações são significativamente diferentes daquelas que recebemos quando digitamos em um teclado.
Um experimento realizado pela equipe de Velay demonstrou que as partes do cérebro ativadas quando lemos as letras que aprendemos pela escrita manual são diferentes daquelas ativadas quando reconhecemos as letras que aprendemos por meio da digitação em um teclado.
Ao escrevermos à mão, os movimentos envolvidos deixam uma memória motora na parte sensório-motora do cérebro, o que nos ajuda a reconhecer as letras.
Isto implica que há uma conexão entre a leitura e a escrita, e sugere que o sistema sensório-motor desempenha um papel no processo de reconhecimento visual durante a leitura.
Como escrever à mão demora mais do que digitar em um teclado, o aspecto temporal também pode influenciar o processo de aprendizagem, afirma a pesquisadora.
Além da escrita
Os experimentos conduzidos com adultos, que deveriam aprender um alfabeto desconhecido, mostraram que aqueles que aprenderam escrevendo manualmente saíram-se consistentemente melhor nos testes do que aqueles que aprenderam na tela do computador.
Para a pesquisadora, os ganhos de aprendizado não se referem apenas à escrita em si: "O componente sensório-motor é parte integrante do treinamento para iniciantes, e em especial para pessoas com dificuldades de aprendizagem. Mas há pouca consciência e compreensão da importância da escrita para o processo global de aprendizagem, além da própria escrita."
Ela se refere à investigação pedagógica sobre a escrita, que passou de uma abordagem cognitiva para um foco nas relações contextuais, sociais e culturais. Na sua opinião, um foco unilateral sobre o contexto pode levar à negligência das conexões individuais, sensório-motoras, fisiológicas e fenomenológicas.

Referência Bibliográfica:
O Melhor Profissional Para Se Contratar
Todos querem trabalhar numa excelente corporação. Todos querem estar nas “Melhores Empresas Para Se Trabalhar”.
O que nem todos captam, é que quem faz esta ou aquela empresa ser uma organização bem quista por todos, são as pessoas.

São os funcionários, os capitais humanos que faz com que uma empresa cresça e se multiplique em seu nicho mercadológico. Logo, o que faz uma empresa ser melhor para se trabalhar é a própria pessoa que nela atua.

Várias pessoas têm conversado comigo, seja após minhas palestras, seja quando me contratam para ministrá-las, e me perguntam quais habilidades esses profissionais devem ter para fazer de qualquer organização, uma empresa melhor. Como estou sempre observando o ambiente onde me encontro, para identificar tendências e analisar como é o comportamento das pessoas, pude perceber quais são as necessidades das organizações, e quais são os profissionais que estão um passo a frente dos demais.

Procurei sintetizar o que observei para poder compartilhar com você um pouco dessas habilidades, que, creio, são imprescindíveis. Noto que essas habilidades fazem parte das pessoas que possuem um perfil empreendedor. Nas minhas palestras, costumo dizer que, se eu fizesse parte dos Recursos Humanos de uma empresa, somente contrataria uma pessoa que tivesse brilho nos olhos, uma “cara de orgasmo”, ou seja, que fosse cheia de vitalidade, de energia, que não vê a hora de arregaçar as mangas e começar a fazer aquilo que ela tem de melhor, porque ela tem consciência do que pode agregar e o que pode fazer de diferente em seu ambiente profissional.

Além desse brilho único no olhar e da consciência da relevância que ela tem no que faz, eu destaco ainda outras habilidades:

- Integridade e Coerência em conseguir que as pessoas se comprometam com ela e que gostem de cooperar.

- Flexibilidade para lidar com imprevistos e conseguir contorná-los.

- Autoconfiança e Autoconhecimento são importantes para sua segurança em tomar decisões e assumir riscos.

- Intuição para ajudar a desenvolver ainda mais a capacidade criativa e a agir quando o tempo é escasso.

- Capacidade crítica para analisar dados, informações, circunstâncias e ações, ajudando na tomada de decisões.

- Iniciativa para tornar reais as boas idéias e para agir com velocidade e inovação.

- Compreensão da cultura da companhia e de todos que fazem parte dela.

- Bom relacionamento com a hierarquia, colegas de trabalho, clientes e fornecedores.

- Liderança e empatia para trabalhar em equipe, para interpretar o comportamento das pessoas que estão próximas e encorajá-las a expressar suas idéias, sentimentos e opiniões.

- Visão de negócio, para não desperdiçar oportunidades.

- Capacidade de comunicação e de negociação, fundamentais para conseguir realizar acordos em qualquer área de atuação.

- Capacidade de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal para estar sempre disposto a iniciar novas tarefas e buscar novos enfoques para as ações realizadas no trabalho.

- Autocontrole e gestão das emoções para controlar as situações difíceis que surgem diante de pressões, cobranças, estresse e hostilidade.

Um profissional deve analisar quais destas características estão presentes em suas ações, e verificar os momentos em que elas se sobressaem. Deve observar e avaliar seu comportamento, para investir, desenvolver e potencializar as habilidades que não estão muito presente no seu dia-a-dia.

Assim tanto profissional como empresa, terão uma atuação máxima, e a empresa melhor para se trabalhar terá essa classificação, pois possuirá os melhores profissionais para se contratar.

Fonte: www.leilanavarro.com.br
O RH e a Pedagogia Empresarial
Resumo Este artigo debruça-se sobre o entrelaçamento perfeito entre a Pedagogia e a Empresa, dando ênfase na importância dos recursos humanos, entendidos como fator principal no âmbito empresarial.


IntroduçãoO Artigo explicita as múltiplas funções do pedagogo empresarial, suas atuações, e seus objetivos de acordo com o empreendimento em que se trabalha. Mostra também, as estratégias e metodologias que asseguram uma melhor aprendizagem de informações e conhecimentos, já que considera a Empresa como um ambiente aprendente, estruturado como sendo uma associação de pessoas com o mesmo objetivo profissional (produtividade).
Ressalta que para ocorrer o desenvolvimento da capacidade de atuação com os recursos humanos da empresa, o pedagogo empresarial necessita reforçar sua formação filosófica, humanística e técnica.
Por fim, é de essencial importância ratificar que a Pedagogia Empresarial existe para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço organizacional.

Discussão
A Pedagogia é definida como a Ciência e a Arte da Educação. Ciência, quando através de observação e experimentação, investiga, analisa, sistematiza e define qual deve ser o objetivo, o foco da educação; e Arte quando define a execução, aplica e põe em prática de maneira pertinente, o resultado das investigações das teorias conhecidas pelo pedagogo, para atingir os objetivos educacionais.
A Pedagogia estabelece aquilo que se deve fazer, estuda os meios de realizá-lo e põe em prática aquilo que concebeu. O pedagogo- especialista em Pedagogia – tem o papel de conduzir o comportamento das pessoas em direção aos objetivos da educação, o processo de formação da personalidade humana equilibrada.
No entanto, a Pedagogia se entrelaça de maneira inteligente e eficaz à empresa, pois tanto a empresa como a pedagogia, age em direção a realização de idéias e objetivos definidos, no trabalho de promover mudanças no comportamento das pessoas. Esse processo de modificação no comportamento chama-se aprendizagem. E aprendizagem é a especialidade do pedagogo.
Levando em consideração que o estabelecimento empresarial é a associação das pessoas que serve para a estruturação de um espaço educativo, em torno de uma atividade com objetivo definido e, portanto, com um espaço também aprendente, cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam uma melhor aprendizagem/apropriação de informações e conhecimentos tendo sempre como pano de fundo a realização de idéias e objetivos precisamente definidos.
A Pedagogia Empresarial existe, portanto, para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O pedagogo empresarial “promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva.” (Lopes, 2006: 74).
Nesta perspectiva, as responsabilidades dos especialistas em pedagogia empresarial são:
• Conhecer e encontrar as soluções práticas para a otimização da produtividade profissional;

• Conhecer a fundo e trabalhar de acordo com os objetivos da empresa onde trabalha;


• Conduzir com treinamentos os funcionários e dirigentes que trabalham na empresa, na direção dos objetivos humanos, bem como os definidos pelo empreendimento;

• Promover treinamentos, eventos, reuniões, festas, exposições, enfim, atividades práticas necessárias ao desenvolvimento integral das pessoas, motivando-as positivamente (processo educacional), com o objetivo de aperfeiçoar a produtividade pessoal;


• Aconselhar de forma pertinente, sobre as condutas mais eficazes das chefias para com os funcionários e deste para com as chefias, com o objetivo de favorecer o crescimento da produtividade da empresa;

• Favorecer/conduzir um bom relacionamento entre os membros da empresa, através de ações pedagógicas, que garantam harmonia, e conseqüentemente, estimulando a produtividade.
A Pedagogia no âmbito empresarial se consome basicamente com os conhecimentos, as habilidades, as competências e as atitudes tidas como necessárias à melhoria da produtividade. Confirmando esse olhar de Pedagogia Empresarial, Almeida (2006:06) afirma que o foco desta é “qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito empresarial, visando aos processos de planejamento, capacitação, treinamento, atuação e desenvolvimento do corpo funcional da empresa”.
Uma questão ainda em aberto é: onde o pedagogo empresarial pode atuar? Almeida (2006:07) lista várias áreas, tais como:
“- coordenações de ações culturais em gibitecas, brinquedotecas, parques temáticos, fundações culturais, teatros, parques e zoológicos;
- desenvolvimento de Recursos Humanos em empresas;
- direção e administração de instituição de ensino;
- elaboração de políticas públicas visando a melhoria dos serviços à população em autarquias, hospitais e governo nas tarefas municipais, estaduais e federais;
- gestão e desenvolvimento de conselhos tutelares, centros de convivência, abrigos e organizações não governamentais.
Em termos das gestões de pessoas ainda enumera:
- coordenação de equipes multidisciplinares no desenvolvimento de projetos;
- evidenciando formas educacionais para aprendizagem organizacional significativa e sustentável;
- gerando mudanças culturais no ambiente de trabalho;
- na definição de políticas voltadas ao desenvolvimento humano permanente;
- prestando consultoria interna relacionada ao treinamento e ao desenvolvimento das pessoas na organização.
As atividades do pedagogo empresarial relacionam-se a quatro áreas/campos à saber: atividades pedagógicas, sociais, burocráticas e administrativas. Essas atividades permitem a atuação do mesmo em empresas e escolas em função de natureza técnica pedagógica e administrativa; propor e coordenar atualização de profissionais em Empresas e Órgãos ligados à área educacional; coordenar serviços no campo das relações interpessoais; planejar, controlar e avaliar o desempenho profissional de seus subordinados; assessorar empresas e o entendimento de assuntos pedagógicos pessoais.
Quando se trata estreitamente do ambiente empresarial, primeira tarefa do pedagogo é fazer com que o chefe-líder/ empresário, perceba claramente, que o seu ideal de vida, suas aspirações e objetivos pessoais correspondem a uma questão ética e social na empresa. E fazer com que eles se conscientizem que os melhores chefes conseguem resultados positivos, porque são educadores.
O processo de influências recebidas pelos participantes de uma Empresa, durante todo o tempo em que trabalha nela, é educação (HOLTZ, 2006: 32).
Tendo conhecimento que a Educação é o processo de influências, sejam elas positivas ou negativas, na formação da personalidade humana, é possível dizer que a pessoa é educada pelos outros -hetero-educação- ou por si própria- auto-educação. A hetero-educação é dada por aprendizagem; quando recebemos do outras informações e por essas influências construímos nossa personalidade e identidade. E a auto-educação é dada por maturação; consiste em receber influências, buscadas por si mesmo, de dois modos: não intencional- por meios de participação em atividades de diversas naturezas- e intencional- por meio da busca de conhecimentos, sem o auxílio do outro, através de livros, revistas, internet, visitas à feiras, etc.
É válido ratificar, que o papel do pedagogo na empresa é educar de forma construtiva. Para atingir o objetivo de mudança de comportamento das pessoas, para que haja a produtividade pessoal, é preciso educar e não somente instruir. A instrução não atende aos ideais do processo educativo, de influenciar positivamente e provocar a mudança de comportamento. Os que se limitam a instruir, não cumprem integralmente à missão de educar, ou seja, não estimulam para que ocorram as mudanças de comportamento necessárias que contribuem para melhorar a formação da personalidade.
A Educação Integral é a condição indispensável para melhorar a produtividade, ou seja a atenção do pedagogo empresarial ao processo de influenciar positivamente os funcionários em todos os aspectos da sua personalidade vai favorecer o desenvolvimento da produção profissional nas mais diversas atividades. Para isso o pedagogo deve saber que o ser humano é um ser complexo e que para desenvolver sua faculdade inata de produzir, necessita do desenvolvimento integral da sua personalidade. Portanto, deve deixar transparente com o seu trabalho prático, na empresa, os efeitos positivos da adoção das várias atividades educativas.
A necessidade de influenciar positivamente e desenvolver o homem na sua personalidade integral, fez com que o processo educativo fosse separado em várias partes (Educação Artística, Educação Científica, Educação cívica, Educação corretiva, Educação Doméstica, Educação dos Sentimentos, Educação Econômica, Educação Escolar, Educação Feminina, Educação Filosófica, Educação Física, Educação Funcional, Educação Intelectual, etc.). A Educação Integral promove o desbloqueio da produtividade inata da pessoa humana.
Produtividade é a faculdade inata da pessoa humana, de produzir, de ser rendosa, de ser proveitosa, a ser criativa, de ser elaboradora, de ser realizadora , em tudo o que sabe fazer. Sendo uma faculdade inata, é natural que sejamos produtivos em tudo o que sabemos fazer, seja em atividades pessoais em casa, seja em atividades profissionais no trabalho, seja em atividades sociais (HOLTZ, 2006: 44)

Contudo, podemos concluir que não precisamos aprender produtividade, e sim desenvolvê-la. Porém, nem sempre ocorre dessa maneira. Em alguns dias se é produtivo, em outros dias, não. O estado emocional/psicológico tem grande influência na capacidade de produzir, criar, desenvolver atividades, assim como na saúde.
Desenvolver é tirar o que está envolvendo, o que está escondendo (HOLTZ, 2006: 45)
Ratificando, desenvolver é abolir o que apaga a nossa iluminação e atrapalha o que está sendo produzido/ criado. É válido relembrar que cabe ao pedagogo empresarial criar técnicas de treinamento e de motivação para que haja desenvolvimento produtivo, e uma boa comunicação entre os membros (funcionários e chefia) da empresa.
...a necessidade de planejar estrategicamente com um olhar novo a respeito do mundo e do contexto em que cada instituição se insere. Além disso tudo, uma questão importante continuará presente nas organizações, que é a qualidade do trabalho em equipe. Isto é o que fará a diferença. E muito terá de ser feito, ainda, neste sentido. (VELOSO)

A parceria entre pessoas e organização faz com que estas sejam envolvidas de forma efetiva na melhoria e no aperfeiçoamento daquilo que fazem/produzem, assim como na criação de seu futuro.
O Processo de comunicação dentro das organizações é de suma importância para seu crescimento e desenvolvimento como um todo. Hoje com o crescimento da globalização e a concorrência cada vez mais forte, as palavras de ordem são Produtividade, qualidade e competitividade, neste contexto as pessoas passam a ser o grande foco de mudança dentro de uma empresa, alias são elas que se relacionam para o crescimento das organizações, elas são os únicos recursos vivos e inteligentes para enfrentar os desafios das empresas, assim a Pedagogia que já foi citada anteriormente como a ciência que estuda as maneiras de ensinar e a arte de socializar pessoas tem forte ligação nas empresas, e o departamento de Recursos Humanos este inserido como uma das principais áreas para absorver esses profissionais.
A Expressão Recursos Humanos refere-se às pessoas que participam das organizações e que nelas desempenham determinados papeis (CHAVIENATO 2009). O RH é uma especialidade que surge para trabalhar com as complexidades organizacionais e para reduzir conflitos entre objetivos individuais e os interesses das empresas. Para Inovar as organizações precisam saber lidar com a subjetividade, gerar comprometimento e ter profissionais sensíveis a mudança no ambiente, para isso o setor de Rh precisa promover estímulos e motivação, além de gerar táticas de energia para o funcionamento da empresa. MCCLELLAND psicólogo americano famoso pela Teoria da Motivação fala sobre três tipos de necessidades que supridas podem obter bom desempenho nas pessoas que são o Poder (posição de influencia), afiliação (afeto) e realização (auto-estima), segundo ele cada pessoa tem um nível de necessidade diferente da outra. A base da Teoria afirma que quando um indivíduo consegue algo através de algum motivo, o mesmo meio será utilizado para resolver outros problemas. Dessa forma caracterizará o estilo da pessoa. As nossas motivações estão ligadas as nossas necessidades, de modo geral são impulsos interiores (de dentro para fora) que nos levam a ação, segundo STACY ADAMS em sua teoria da equidade, existem três níveis de necessidades básicas que são o Biológico que se refere aos nossos desejos e necessidades, o Psicológico que esta ligada aos sentimentos e por ultimo o espiritual que este diretamente ligado a nossa crença em algo, a nossa fé. Ao analisar essas teorias podemos considerar essas necessidades como forças e funções motivadoras de extrema importância, devem-se também levar em conta que as pessoas são diferentes uma das outras, cada um trás consigo valores, idéias enfim, um background cultural diferente e isso devem ser respeitados dentro das organizações. É importante também ressaltar o espírito de liderança dentro das empresas, a liderança é indispensável para a eficiência, para os lucros e também para a sustentabilidade da empresa aumentando a sua força de produtividade. Um líder deve primeiro conhecer a si mesmo, o autoconhecimento é essencial para uma boa liderança frente a grupos, assim a mais segurança na transmissão de conhecimentos. Segundo Idalberto Chiavenato (1999:553-627)
"a liderança é um processo chave em todas as organizações. O administrador deveria ser um líder para lidar com as pessoas que trabalham com ele. A liderança é uma forma de influência. A influência é uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional.”
Um líder precisa ter visão organizacional, autoconhecimento, capacidade de motivação, facilidade na transmissão de seus conhecimentos, capacidade de ouvir as pessoas, engajamento na sociedade, saber pregar e aplicar seus princípios e idéias, pois é ele que conduz as pessoas e influencia diretamente com, a confiança também é muito importante ele precisa passar segurança em suas ações. Um líder precisa saber avaliar, analisar, recompensar, estimular e ate punir de forma responsável sem agredir sua imagem, convencendo o outro de que aquela foi à melhor forma, ele é um exemplo dentro das organizações, mais não pode causar medo e sim deve ser respeitado. Lideres ganham guerras, formam culturas organizacionais, conduzem pessoas de forma excepcional. A liderança é um assunto hoje muito debatido, alias com a crescente globalização e a tecnologia cada vez mais avançada o líder encontra pela frente muitas adversidades que podem ser visto como barreiras para a elaboração e execução de suas tarefas organizacionais. Hoje podemos notar uma grande banalização dos valores obtidos pela família (primeira instituição em que um indivíduo se encontra inserido), e também a falta de ética e solidariedade entre as pessoas, Além do forte poder da mídia e da internet que promovem alguns conceitos equivocados e deturpados que influenciam na maneira de agir, pensar e tomar decisões.
Atualmente as pessoas se comunicam cada vez menos, há uma grande dificuldade nas relações humanas, a comunicação entre pessoas é uma arte, mais é preciso entender que nesse processo há componentes que podem decidir uma boa ou má comunicação, os componentes são: Mensagem (aquilo que deve ser comunicado), Emissor (quem comunica algo), Receptor (quem deve receber a mensagem) e o Ruído (tudo que venha a interferir nessa comunicação), assim diminuindo os ruídos e sendo bem claros e objetivos nas mensagens a serem transmitidas conseguiremos manter uma boa comunicação, seja com um colaborador, cliente ou qualquer outra pessoa, aumentando nosso poder de influencia, o que pode definir um líder.
Muitas vezes há lideranças que são autoritárias e acaba prejudicando as relações nas organizações, segundo Chiavenato (s.d.), “o século XX foi o século da Administração. Foi nele que surgiram as principais abordagens administrativas e a Administração se desenvolveu de forma impressionante”. A partir desse contexto surgem novas necessidades de rever conceitos e uma maior necessidade de entender as pessoas nas suas individualidades. A Teoria Behaviorista que a principio foi proposta por WATSON e logo depois desenvolvida por e outros psicólogos, ressalta alguns aspectos organizacionais como, o Processo decisório, onde as decisões particulares são reflexos de decisões globais, a Liderança, que é a capacidade de fazer a melhor escolha, uma característica dos lideres, e os Conflitos entre Objetivos que nada mais é do que o conflito que ocorre entre os objetivos nas organizações e os objetivos individuais de cada pessoa.
Toda Organização possui competências essenciais de grande importância para seu desenvolvimento, cabe ao gestor de RH identificar e fortalecer essas competências assim como promover estratégias para que novas competências sejam despertadas nas organizações.
Os programas de treinamentos que envolvem o RH têm como palavra chave a aprendizagem, para CHIAVENATO (1985, p.288): “Treinamento é o processo educacional, aplicado de maneira sistêmica, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos” Para HAMBLIN (1978, p.15) “Treinamento abrange qualquer tipo de experiência destinada a facilitar um ensino que será útil no desempenho de um cargo atual ou futuro”
Esses treinamentos têm por objetivos ajudar as pessoas e a organização há terem novas atitudes e praticas possibilitando um bom desempenho e gerando uma maior qualidade na produtividade da empresa. Para ter vida longa à organização precisa esta preparada para enfrentar os desafios internos e externos, preparar seu pessoal de forma prazerosa e conhecer os fatores essenciais da organização para elaborar treinamentos coerentes e realistas para que ao final a avaliação seja positiva e o gestor possa obter um feedback como resposta, além dos treinamentos o RH também tem como função a pesquisa de mercado, recrutamento e seleção, legislação trabalhista, avaliação de cargos, planos de carreira, higiene e segurança, benefícios sociais, etc.
O papel do RH é essencialmente educativo, ele trabalha na sensibilização e educação dos seus funcionários, lidar com pessoas é um de suas principais características e faz parte de um dos principais desafios de uma organização. Para CHIAVENATO (2009: p.254)
“Não há leis ou princípios universais para a administração das pessoas, nem normas para lidar com elas. A ARH (administração de Recursos Humanos) é contingencial, ou seja, depende do contexto situacional de cada organização: do seu ambiente externo, da cultura e mentalidade preponderante, do estilo de gestão adotado, da tecnologia utilizada pela organização, das políticas e diretrizes vigentes, da filosofia administrativa preponderante, da concepção a respeito das pessoas que existe na organização e, sobretudo, da qualidade e quantidade dos recursos humanos disponíveis”.
A partir do momento em que esses elementos mudam, muda-se a maneira de se administrar esses elementos, por isso a gestão de RH é mutável e extremamente fértil, também precisa ser dinâmica para saber lidar de forma construtiva com esses tipos de mudanças que ocorrem dentro das empresas, hoje as empresas não enxergam mais as pessoas como meros agentes hoje se fala em administrar com as pessoas, tendo elas como agentes de mudanças que influenciam e participam de maneira decisiva dentro de uma organização.









Considerações finais

Todos esses aspectos que envolvem o setor de RH têm como base as relações humanas e o processo de aprendizagem assim se podem notar a importância dos fatores pedagógicos dentro de uma organização. Para debatermos os aspectos de suma importância da área pedagógica dentro da empresa é preciso levar em conta suas bases de estudos voltados para o processo de ensino-aprendizagem e a socialização com o meio, fatores esses que contribuem na elaboração dos conteúdos passados e nos resultados esperados. Hoje no mundo do trabalho há uma grande necessidade de um processo produtivo com mais criatividade e dinâmica, proporcionando uma maior relação com o meio e assim dando mais intensidade ao trabalho a ser elaborado. Quando falamos em gestão de pessoas dentro do processo de aprendizagem e relação com o outro novamente podemos citar a pedagogia como parte integradora e facilitadora para o desenvolvimento de pessoas e organizações. Há um paradigma de que o profissional da área de educação tem seu espaço restrito nas salas de aulas, mais o mundo cada vez mais capitalista nos insere em outros rumos que nos levam além dos muros das escolas para atuar em outros setores de uma empresa com as mesmas habilidades exigidas nas salas de aula, só que com uma visão mais definida no que se refere ao mercado organizacional e conflitos profissionais. Para a Profª. Maria Luiza Marins Holtz em seu livro lições de pedagogia empresarial:
“Sempre acreditei que a Pedagogia e a Empresa fazem um casamento perfeito. Ambas têm o mesmo objetivo em relação às pessoas, principalmente nos tempos atuais. Uma Empresa sempre é a associação de pessoas, para explorar uma atividade com objetivo definido, liderada pelo empresário, pessoa empreendedora, que dirige e lidera a atividade com o fim de atingir ideais e objetivos também definidos. A Pedagogia é a ciência que estuda e aplica doutrinas e princípios visando um programa de ação em relação à formação, aperfeiçoamento e estímulo de todas as faculdades da personalidade das pessoas, de acordo com ideais e objetivos definidos”.
Pedagogia é pratica e pratica é imprescindível dentro de qualquer ambiente organizacional, ela nos ensina o COMO fazer, a didática (teoria) e metodologia (pratica) andando lado a lado.


Referencia Bibliográfica
• CHIAVENATO. Idalberto – 7. Ed. ver. E atual, Barueri, SP: Manole, 2009. (serie recursos humanos).

• Revista VocêRH, mai/Jun. edição 11:editora Abril,2010-06-21

• HOLTZ. Maria Luiza Martins, Lições de Pedagogia Empresarial. Sorocaba-SP, 2006

• RIBEIRO. Amélia Escotto do Amaral, Pedagogia Empresarial Atuação do Pedagogo na Empresa. Edição 4: editora Wak.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

AVALIAÇÃO COGNITIVA DO DESENHO INFANTIL

Uma das principais ferramentas utilizadas no Diagnóstico Psicopedagógico é a análise de testes projetivos, cuja finalidade é a projeção de conteúdos presentes no inconsciente da criança de forma concreta, ou seja, por meio da utilização de figuras prontas ou de desenhos feitos pela mesma. A partir dessa análise é possível verificar e levantar hipótese sobre a modalidade de aprendizagem, o vínculo com o ser que ensina e com a família.
É isso que difere os testes projetivos utilizados na Psicopedagogia dos testes utilizados na Psicologia, pois os últimos são voltados para a investigação da personalidade e comportamento, dentro do âmbito emocional. Testes como o par educativo, o desenho da família, da figura humana e outros, são muito utilizados em consultório; no entanto a aplicação do desenho livre com o objetivo de avaliar o desenvolvimento cognitivo é pouco utilizado e conhecido. Este teste pode ser uma ferramenta importantíssima para avaliar e detectar um possível atraso no desenvolvimento cognitivo da criança, tanto na clínica como em sala de aula.

A tabela abaixo faz uma relação das análises de Luquet e Lowenfeld, uma vez que possuem muito em comum. Sua utilização deve ser criteriosa e a questão não é se a criança desenha bem ou mal, mas se em seu desenho estão presentes alguns componentes comuns para sua idade.
É comum encontrarmos situações em que uma criança de 7 anos apresenta traços do Realismo intelectual, dessa forma juntamente com outras ferramentas, como as provas operatórias, podemos concluir que seu desenvolvimento cognitivo está dentro do esperado ou até um pouco adiantado; mas a preocupação é quando esta criança apresenta traços comuns ao Realismo fortuito (2 a 3 anos).

*Clique na figura para ampliá-la.

Análise Piagetiana
1 - Garatuja: Faz parte da fase sensório-motora e parte da fase pré-operacional. A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção consciente.
Aqui a expressão é o jogo simbólico: "eu represento sozinho". O símbolo já existe.
2 - Pré- Esquematismo: Dentro da fase pré-operatória, aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto ao espaço, os desenhos são dispersos inicialmente, não relaciona entre si. Então aparecem as primeiras relações espaciais, surgindo devido a vínculos emocionais. A figura humana torna-se uma procura de um conceito que depende do seu conhecimento ativo, inicia a mudança de símbolos. Quanto a utilização das cores, pode usar, mas não há relação ainda com a realidade, dependerá do interesse emocional. Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece como: "nós representamos juntos".
3 - Esquematismo: Faz parte da fase das operações concretas. Esquemas representativos, afirmação de si mediante repetição flexível do esquema; experiências novas são expressas pelo desvio do esquema. Quanto ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aqui existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional. Aparece na expressão o jogo simbólico coletivo ou jogo dramático e a regra.
4 - Realismo: Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no final desta fase. Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. Na figura humana aparece o abandono das linhas. As formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os sexos. Aqui acontece o abandono do esquema de cor, a acentuação será de enfoque emocional. Tanto no Esquematismo como no Realismo, o jogo simbólico é coletivo, jogo dramático e regras.
5 - Pseudo Naturalismo: Estamos na fase das operações abstratas. É o fim da arte como atividade espontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade. Aparecem dois tipos de tendência: visual (realismo, objetividade); háptico (expressão subjetividade). No espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo). Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções. A consciência visual (realismo) ou acentuação da expressão, também fazem parte deste período. A expressão aparece como: "eu represento e você vê”. Aqui estão presentes o exercício, símbolo e a regra.
Modelos de desenhos

Neste desenho é possível verificar que há rebatimento ou dobragem. Foi feita uma nuvem de cada lado e três flores de cada lado também.
Neste desenho apesar de perceber de imediato o rebatimento, uma árvore de cada lado, o que chama atenção é a transparência ou raios-x, ou seja, podemos ver o que está acontecendo dentro da casa.
Neste desenho podemos observar que as carteiras podem ser vistas de cima, ou seja, plano deitado.

Neste desenho percebemos a transparência ou raio-x, uma vez que não vemos frutas penduradas na árvore desta forma; mas o que chama atenção é o exagero, pois o caracol é do tamanho da árvore. As setas dão impressão de movimento, cinético, mas é sempre importante perguntar para a criança o que significa.
Todas as características apresentadas no desenho fazem parte do Realismo intelectual ou da fase Esquemática e estão de acordo com a idade das crianças (entre 6 e 7 anos). Pode acontecer de um mesmo desenho apresentar características de duas fases, significando a transição de uma fase para outra. Neste caso levamos em consideração o que está mais evidente.
O mundo muda, você muda com ele 

conflito_de_geraçõesAs organizações públicas e privadas vivem em constante mutação impactadas fortemente pelo contínuo processo de transição geracional. Um processo nada estanque, muito pelo contrário, cheio de nuances e cores. Segundo a Sociedade Norte-Americana para a Formação e Desenvolvimento, nos próximos 20 anos eles terão 76 milhões de pessoas a se aposentar e 46 milhões de pessoas a ingressar no mercado de trabalho.
Neste este estudo, a geração que hoje tem entre 45 e 62 anos tem a maior parte dos cargos executivos no topo das organizações ou são lideres políticos.
Nos EUA, foram rotulados como baby boomer, que têm como traço marcante uma liderança imbuída de uma visão, missão, princípios e valores bem definidos e frequentemente relutam em avançar sem um plano de ação bem claro e definido. Além disto, pretendem deixar sua marca na história através um legado de realizações, melhorias e mudanças.
Enfim, tudo em perfeita consonância com os princípios amplamente vividos ao final dos anos 60 e início dos anos 70, mundialmente vivenciados por inspiração do movimento hippie, do rock and roll e dos vários movimentos estudantis em todo o mundo. São os adolescentes procurando realizar seus sonhos por um mundo melhor e mais justo segundo uma ótica própria de certo e errado, justo e injusto.
Carregam ainda para a fase adulta a falta de disciplina, tão necessária para acompanhar as transições até o fim, ou ainda, eles se mostram intolerantes à resistência natural ligada aos processos de mudança. Têm tendência ao estilo igualitário de liderança assim como ao estilo autoritário.
Frequentemente, a liderança se inicia de forma igualitária, compartilhando conceitos e idéias e ampliando as discussões, mas como decorrência da dificuldade em obter o consenso, que traz impacto nos prazos, surge a liderança autocrática que põem por terra a fase anterior criando frustrações e repercussões nas pessoas que participaram do processo, para que ao final, uma decisão centralizada seja tomada. Tudo em nome da falta de disciplina, do sentido de urgência e da visão de missão ligeiramente messiânica que os impulsionam e validam esta mudança atitudinal.
A geração seguinte, chamada de "geração x", daqueles entre os 25 e os 45 anos de idade, segundo o estudo daquela entidade, ainda não são tão presentes no topo das organizações públicas e privadas com exceção nas indústrias de alta tecnologia. São aqueles que muitas vezes são vistos como empreendedores: têm idéias, conseguem o financiamento, fazem a "coisa acontecer", dão start-up ao processo e...passam para outro projeto.
São altamente pragmáticos, orientados para ação, pouco orientados às pessoas, muito afinados com a tecnologia que lhes permite criar, inovar e encontrar soluções práticas. Autoconfiantes, competentes, aprendem muito rápido e são oportunistas. Esta última característica é o primeiro ponto de atrito quando convivem com os baby boomer, que os tem por sem princípios. Dão muito valor às relações familiares e procuram um relativo equilíbrio na relação vida-trabalho.
A lealdade com a organização não é seu forte desde que ela deixe de responder a seus anseios, sendo assim, não constroem longas carreiras como os baby boomer preferindo recompensas no curto prazo.
O pragmatismo faz com que eles meçam seu sucesso pelas realizações mais recentes deixando para um segundo plano de importância as contribuições mais amplas e compartilhadas. Muitas vezes desprovidos de polidez, entram frequentemente em discussões sobre mudanças sutis de liderança e têm dificuldade em estabelecer redes de relacionamento, o que lhes dificulta enormemente influenciar as organizações e realizar as mudanças necessárias. Tudo tendo como fulcro maior o pragmatismo, a visão de curto prazo, a confiança em si mesmo e um relativo desprezo ao coletivo.
Parece inevitável que o rito de passagem do controle das organizações seja turbulento. De um lado, os baby boomer e sua dificuldade em delegar e os "geração x" que não pedem, não são receptivos a compartilhar. O resultado é um conflito entre estas duas gerações: os boomercriticam os mais jovens por não respeitarem suas visões, por atropelar toda uma história, os "geração x" acusam os mais velhos de serem autocratas em pele de liberais.
É a encarnação da corrida em equipe com a passagem do bastão: o primeiro corredor hesita em passar o bastão e o próximo corredor quer arrancar da mão do primeiro à força e fazer a parte dele o mais rápido possível.
A geração que está agora se preparando para entrar no mercado é a "geração y" ou "geração milênio", entre os 5 e 25 anos de idade; são tecnologicamente mais avançados em relação às gerações anteriores, afinal eles já nasceram em um mundo diferente, muito mais ágil, sofisticado e ao mesmo tempo mais acessível. Podem ser também caracterizados por serem "mudos" e ao mesmo tempo "multitarefas": MP4, televisão, computador com várias paginas abertas, MSN, ORKUT, FACEBOOK, etc.
Por estas características e por terem pai e mãe cada vez mais ausentes, seja pela necessidade de ambos terem suas próprias carreiras, seja pela presença cada vez mais forte na sociedade de pais separados, podem estar mais abertos e ciosos de uma supervisão mais próxima. Não podemos perder de vista que eles foram formatados para receber muitos estímulos simultaneamente. Este é o desafio!
E por viverem seus mundos de maneira isolada, tendem a ser pouco receptivos às criticas e baixa resiliência ao se depararem com os fracassos.
Podemos observar que as gerações X e Y se assemelham mais em várias sociedades e regiões por força da tecnologia. O aumento do ritmo da tecnologia fez acelerar a sociedade e criou um ambiente de trabalho mais complexo, sujeito a rápidas mudanças. O estresse gerado para dar conta desta dinâmica pode agravar ainda mais os conflitos inter-geracionais.
Fácil observar que não abordar estas questões de frente poderá condenar o futuro das organizações, deixando-as ao sabor do vento e assim perder os valores e vantagem competitiva desenvolvida ao longo do tempo.
Fácil perceber os hiatos possíveis, a falta de um rito de passagem de poder, a falta de conexões, de redes de informação e de relacionamento. Existe ainda a possibilidade de não capitalizarmos o que cada geração tem de melhor e assim sermos menos aptos a responder aos desafios de um local de trabalho, e de um mundo, cada vez mais rápido, caótico e global.
Cabem àqueles que estão no topo das organizações públicas e privadas olhar verticalmente identificar os grupos, gerações ou tribos, como queira chamar, identificar suas características, atributos e necessidades para que possam assumir suas posições no futuro e prover-lhes treinamento, capacitação de forma estratégica e sobretudo um tutor.
Cada um de nós deve procurar alguém para aconselhar, ajudar a superar suas dificuldades, ajudar a ampliar suas redes de contato, a trabalhar em conjunto, a aceitar críticas, ensinar a aceitar e aprender com os fracassos.
E assim uma grande oportunidade surgirá àqueles que devem iniciar o rito de passagem do bastão e àqueles que fazem por merecer recebe-lo: ensinar a aprender a ensinar e aprender a ensinar a aprender.
É nossa função, enfim, como líderes, criar líderes porque sem as pessoas, velhas e jovens, nada existe!

Valmir Mondejar :: Docente em nível Superior, Engenheiro, pós-graduado em Gestão de Negócios, consultor empresarial na reestruturação de empresas e negócios.

MANIPULAÇÃO DO TEXTO É A PRÓPRIA FORMA DE ENSINAR O ALUNO A ESTUDAR

Ensinar a ler hoje, não seria o mesmo que ensinar a ler ontem.

Antigamente, a preocupação máxima era a decifração de símbolos. Consistia somente em visualizar palavras e expressões impressas e pronuncia-las com correção. Faltava um motivo, um objetivo, algo que despertasse o interesse do aluno e que contribuísse para o seu desenvolvimento. Quase sempre o leitor nem sabia dizer o que tinha lido. Não pensava sobre o texto, passava os olhos, e enunciava as palavras apenas mecanicamente.


Hoje a função da escola, é ajudar o aluno a se comunicar melhor, desenvolvendo todas as suas potencialidades de raciocínio, de sensibilidade, de criatividade e imaginação, ajudando-o a expressar-se como pessoa que sente, pensa e age. Expressar bem as ideias, assim como criticar as mensagens recebidas, tornou-se uma necessidade básica na nossa sociedade.

A leitura é fonte de enriquecimento, de realização pessoal e de prazer. È ainda um processo dinâmico, é integração e, por isso um dos agentes responsáveis pela modificação do comportamento. É saber compreender, assimilar, julgar, raciocinar, interpretar, é encontrar soluções para problemas apresentados. È ainda extrair da pagina impressa todo o conhecimento, toda a satisfação, toda a riqueza que a leitura possa proporcionar. "vemos com os nossos olhos, nossas emoções".

A leitura compreensão, a leitura como processo de pensamento, leitura que envolve olhos, cérebro e emoções, só se estrutura pelo método que forma simultaneamente hábitos, atitudes e habilidades.


Portanto para ler com eficiência, as mensagens escritas, o aluno precisa de determinados automatismos, determinadas habilidades e atitudes. Precisa ser um leitor que interpreta, julga e critica as mensagens escritas, reflete sobre a matéria lida, distinguindo fatos de opiniões.



Professores estão sempre se queixando da leitura de seus alunos, e frequentemente observam as dificuldades que muitos de seus alunos encontram para interpretar os textos que lhes são indicados para estudo. Faltam as habilidades necessárias que são importantes para a compreensão do que está sendo lido, como sejam habilidades para identificar as varias fontes de informações, compará-las e selecioná-las; habilidades paralelas de escrita, como destacar e anotar o essencial, esquematizar informações, fazer um resumo, preparar um roteiro para um estudo, e, muitas outras são empregadas com frequência de maneira insatisfatória.

Mesmo na vida prática, é comum encontrarmos pessoas que completaram o ensino fundamental e não sabem tirar proveito da leitura de um jornal, de uma revista, de um romance, têm dificuldade para acompanhar direções escritas, não assimilam os termos de uma ordem de serviço, etc.

Hoje sabemos que isto não é leitura. O estimulo foi apenas levado ao cérebro, mas a leitura não se dá neste momento em que os olhos percebem os símbolos gráficos; os estímulos são enviados a mente que reage a eles e apenas os reconhece.

A leitura só se dará quando a mente reagir aos sinais, interpretando-os. Cada leitor adquire um ritmo próprio de leitura, de acordo com suas condições individuais, com os motivos que possuem, com as oportunidades de leitura que tiver e com o grau de dificuldades da matéria que está sendo lida.

Não basta o aluno reconhecer apenas os símbolos gráficos, pronunciá-los corretamente, é necessário, que interprete, analise, critique, e avalie etc. o que leu.

É importante que o aluno também seja iniciado no processo de saber viver o que leu, se identifique com personagens, imagens, diálogos, etc.



O processo interpretativo da leitura aponta para quatro componentes que são fundamentais:



1) Percepção, o reconhecimento do símbolo gráfico, a associação do símbolo a palavra que representa.



2) Compreensão, quando os olhos dão um significado aos símbolos gráficos, relacionando-os com sua própria experiência.



3) Reação, tanto intelectual quanto emocional; os alunos devem não apenas ler o texto, mas reagir intelectual e emocionalmente diante dos fatos e atitudes dos personagens, criticando-os, analisando-os e avaliando.



4) Integração, que diz respeito ao crescimento dos alunos, acrescentando novas ideias às que já possuíam anteriormente.



O aluno que, ingressa na vida escolar, já iniciou informalmente a aprendizagem da língua, quando participam das múltiplas situações de comunicação em que o lar e a comunidade o oferecem, ora como receptor, ora como emissor.

À medida que os anos passam, o aluno vai adquirindo mais independência na leitura, e seu domínio depende não apenas das palavras lidas, mas, sobretudo da acuidade intelectual, da sensibilidade e da experiência, para apreender o sentido da página impressa.


A aprendizagem da leitura não atinge seu total desenvolvimento nesta ou naquela série. O aperfeiçoamento do ato de ler é um processo continuo e crescente que se consolida a medida que é exercitado.

Na 1ª Série, o aluno se encontra no "estágio de operações concretas", e então dará realce aos aspectos imediatos do seu linguajar, pois ele consegue estruturar, somente aquilo que corresponde a sua vivência presente. Logo, a linguagem usada nesta fase, deve estar bem relacionada com a que ele já vem trazendo do lar. .

Nesta fase também, o aluno dedica maior tempo com o aprender a ler, com a aquisição de automatismos, aumentando seu vocabulário básico visual e desenvolve sua capacidade de reconhecer palavras novas pelo contexto, pela associação, pela análise detalhada de palavra.

Um dos principais objetivos do "estágio de operações concretas" é fazer o aluno compreender o que é leitura. Ajudá-lo a perceber a relação existente entre a palavra impressa e a falada. Colocando o aluno em contato com símbolos escritos, ainda que não tenhamos o intuito de ensiná-lo a ler, estaremos proporcionando a ele oportunidade de conhecer pedaços de sentenças, expressões e palavras que tivermos o cuidado de repetir muitas vezes. É a leitura incidental que surge espontaneamente do contato com os símbolos.

Muito importante para ser discutido com o professor nesse estágio inicial da leitura, se refere ao método que deve ser utilizado para que o aluno seja iniciado no processo de leitura. Qualquer método pode conduzir a aprendizagem da leitura. A diferença entre eles está na maneira como o processo é desenvolvido, levando a aquisição das habilidades, dos hábitos e das atitudes desejáveis, em leitura. Não há método puro e nem especial para o aluno aprender a ler professor! Não há método perfeito. Todos os métodos sintéticos chegam à análise, e os analíticos chegam à síntese.

Nenhum método atende a todas as necessidades de todos os alunos e nem mesmo a todas as necessidades de um aluno apenas. Assim discutido, o professor não deve ser escravo de um determinado método oficialmente adotado, mas deve estar sempre em busca do melhor, mais adequado e eficaz, para seu aluno.

Na verdade enquanto o aluno constrói a leitura e a escrita, o professor constrói a sua competência. Eu sempre costumo dizer que o melhor método é aquele que o professor tem segurança, que acredita, e que possa no final chegar ao objetivo desejado, que é o aluno aprender a ler.

Professor, se ensinar a ler e a escrever fosse tarefa fácil, não estaríamos até hoje procurando vencer este desafio, buscando novas teorias, novas formas pedagógicas de ensinar.


Um outro aspecto que desejo discutir com o professor é em relação ao contato inicial que o aluno deve ter com o livro. Deixe o aluno manusear e folhear o livro para descobrir suas características gráficas, como ilustrações, número de páginas, capa, as cores, etc. Uma conversa dirigida com o aluno a respeito do nome do livro: o que acham desse nome, o autor que escreveu o livro, (quem é, se já ouviu falar, se sabe onde mora, se tem outros livros escritos, etc.).

Em relação ao prefácio, o professor deve fazer uma leitura, enquanto os alunos acompanham, "mesmo que eles ainda não saibam ler, mas pode criar uma expectativa pelo o que está escrito." Comentando o que é prefácio, a mensagem do autor, o que entenderam, o que não entenderam etc.

Esse contato inicial é importante como motivação, pois desperta a curiosidade do aluno e o consequente interesse em ter um contato mais próximo e contínuo com o livro.


Na 2ª Série, começa a fase de desenvolvimento das habilidades e atitudes. O aluno vai se firmar naquilo que obteve na 1ª série, e na compreensão do que está sendo lido. Esta compreensão constituirá o alicerce para a leitura informativa e recreativa.

Na 3ª Série, o aluno atinge o estágio de desenvolvimento de leitura, começa a ler com compreensão grande variedade de materiais, inicia o processo de ler independentemente para buscar informações e prazer, sendo motivado pela curiosidade, dúvidas e problemas.

O aluno habituado desde cedo a busca de informações ou a pesquisa em diversas fontes bibliográficas vai adquirindo de maneira gradativa as habilidades necessárias, e desenvolvendo o hábito e gosto de estudar sozinho. Quando essas experiências são realizadas com frequência dentro ou fora da sala de aula, o aluno vai descobrindo a emoção e os encantos que a leitura pode proporcionar.

Na 4ª Série, o aluno é iniciado no estágio  rápido e velocidade da leitura. Aqui o aluno deverá ler uma diversidade de material de leitura para pesquisar, para analisar, para selecionar e sintetizar informações.

Deverá ler para divertir-se e encontrar soluções para os problemas relativos às outras disciplinas do currículo, sempre, porém orientado e mediado pelo professor.


Os textos indicados para os alunos na faixa etária de nove, dez ou onze anos de idade aproximadamente, devem ser simples, mas atraentes e que dinamizem os interesses dessa idade exigente e curiosa.

As preferências por estórias, aventuras e ficções, ultrapassam os limites da idade cronológica, para buscar nos textos lidos o deleite para sua imaginação. A escola deve proporcionar a leitura de textos bastante diversificados, como textos de jornais, revistas, textos literários, poesias, textos apresentando propagandas, textos de divulgação científica, textos jornalísticos, textos teatrais, textos apresentando literatura de cordel, etc.


O livro básico, usado como meio poderoso para transmitir mensagens e conhecimentos linguísticos deve também recrear, inspirar o aluno para o desenvolvimento da criatividade e conter, sobretudo elementos psicológicos que atendam os interesses do pequeno ledor.

Chegando ao final da 4ª Série, o aluno deverá ser capaz de comunicar-se melhor, recebendo e transmitindo mensagens, utilizando a leitura como meio para enriquecer suas experiências, corrigindo as falhas linguísticas, divertindo-se, estimulando a criatividade e encontrando soluções para os problemas relativos as outras disciplinas.

Nas séries seguintes, o aluno adquire "independência, rapidez, velocidade e domínio na leitura". Domínio não só da decifração e análise de palavras, mas da própria leitura, o que implica compreensão e interpretação do contexto.

Muitas situações da vida exigem leitura rápida, como por exemplo, legendas de filmes e textos os mais diversos que passam rapidamente diante dos olhos.


O professor deve ajudar o aluno a melhorar essa velocidade, fazendo-o ler com bastante frequência e melhorando sua habilidade em perceber todos os elementos significativos. É importante que o aluno se torne capaz de extrair das mensagens escritas, toda a sua significação e, mais ainda, se habilite a interpretar os propósitos e as intenções do autor, para que cultive o gosto pela leitura e chegue a valorizá-la a ponto de considerá-la uma necessidade permanente.

A leitura está intimamente relacionada com o crescimento integral do ser humano, é fator preponderante na formação do cidadão, de êxito na escola, e de ajustamento à vida de todos os dias.



Alguns fatores que interferem na aprendizagem da leitura:



* Fatores psicomotores;

* Baixo nível mental dos alunos que chegam à escola;
* Fatores ambientais; saúde física e emocional;
* Pouca maturidade emocional, social, cultural, etc., provocando um desequilíbrio múltiplo, interferindo profundamente no convívio com outros alunos;
* Baixo desenvolvimento anátomo-fisiologico;
* Pouca experiência trazida do lar para a escola. Alunos de um meio sociocultural menos favorecido apresentam um desenvolvimento linguístico insuficiente, e, poucas habilidades para o desenvolvimento da capacidade de pensar;
* Alunos subnutridos. A desnutrição causa sérios prejuízos ao sistema nervoso central e afeta o desenvolvimento das habilidades;
* Problemas de deficiência auditiva e visual;
* Desordens emocionais e psíquicas;
* Carência afetiva, frustrações, elaboração não adequada de situações emocionais vividas, hiperatividade, desatenção;
* Pouco relacionamento professor/aluno;
* A incompetência da instituição escolar no desempenho do seu papel social;
* O grau de abertura que o professor oferece as perguntas e indagações dos alunos;
* Falta de uma boa proposta pedagógica;
* Objetivos mal definidos e aulas mal planejadas;
* As mesmas atividades para alunos fortes e fracos;
* Falta de atendimento as diferenças individuais;
* Falta de recursos adequados para as diferentes aprendizagens;
* Textos de leitura não atendem aos interesses do aluno;
* Falta de conhecimento teórico do professor, no que se refere aos distúrbios e dificuldades de aprendizagem;