segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A ARTE DE EQUILIBRAR AFETO E LIMITES

A estrutura básica do ser humano não é a razão e sim o afeto, segundo Leonardo Boff. Realmente, quanto mais tecnológico se torna o mundo, maior é a necessidade por valores humanos e afetivos. Recentemente a UNICEF publicou uma pesquisa onde 93% dos jovens brasileiros acha a família e a escola as instituições mais importantes da sociedade. As crianças que tem exemplo, afeto e limites em casa e na escola raramente se envolve com drogas e violência, pois se nutrem de relacionamentos estáveis e sadios.
Nossa relação com o filho ou aluno não pode ser permissiva, mas sim, intensa e pró ativa, normalmente na imposição de disciplina, respeito às normas e à hierarquia. Quem ama impõe privações e limites e sem disciplina não há aprendizagem.
Nós pais vivemos hoje alguns dilemas angustiantes:
  • Oferecemos ao nosso filho um caminho por demais florido, plano e pavimentado, mas temos certeza de que mais tarde ele terá de percorrer trilhas perigosas;
  • protegemos nossas crianças e adolescentes das pequenas frustrações, mas bem sabemos que a vida, fatalmente, vai se encarregar da grandes;
  • Fazemos tudo para não privar nosso filho de conforto, bens materiais, shoppings, lazer, mas será que não estamos criando uma geração consumista e alheia aos problemas sociais?
Se houvesse um manual de instruções para esses dilemas, teria como título: "Afeto e Limites". São pratos distintos de uma balança e tem de prevalecer o equilíbrio, a medida e o bom senso.

Mais do que no passado, ao percorrer o seu caminho, o jovem de hoje encontra muitas bifurcações, tendo que decidir entre o bem e o mal. Em cada etapa da vida, é bom que o nosso educando cometa pequenos erros e seja responsabilizado por eles. Mas também que tenha clareza das consequencias dos grandes erros para que possa evitá-los.
A criança ou adolescente deve adquirir a medida que cresce, o direito de fazer escolhas, aprender a se auto-administrar. Como nos diz Jean Piaget: "Sem liberdade o ser humano não se educa. Sem autoridade, não se educa para a liberdade." Autoridade e liberdade exercida com equilíbrio são manifestações de afeto e ensejam segurança e proteção para a vida adulta.
Aos filhos devemos dar raízes e asas - valores e liberdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário